Com internet, casos de estelionato amoroso ganham evidência no Paraná
03/03/2022 07:52 em Novidades

O sucesso alcançado pelo documentário da Netflix “O Golpista do Tinder” (2022), aliado à repercussão de episódios recentes ocorridos no Paraná, tem feito um tipo já conhecido de golpe ganhar ainda mais evidência. É o chamado estelionato amoroso, também conhecido como “Golpe do amor” ou “Golpe do Don Juan”, no qual um dos parceiros se utiliza da confiança conquistada num relacionamento para obter, de forma unilateral, vantagem econômica. Ou seja, dinheiro às custas do outro.

De acordo com o delegado Emmanoel David, Chefe da Delegacia de Estelionato de Curitiba, não há como estimar, por ora, as ocorrências de estelionato amoroso no Paraná, uma vez que os Boletins de Ocorrência (BOs) são feitos em todas as delegacias, de forma descentralizada.

 

Por outro lado, ele confirma que a repercussão do documentário e de casos recentes ocorridos no estado tem incentivado mais vítimas a fazerem denúncias. Desde o final de agosto do ano passado houve pelo menos cinco situações envolvendo vítimas paranaenses que foram parar nos noticiários.

“Quando a mídia começa a tratar dos crimes há uma tendência das vítimas se sentirem seguras e irem a público, irem na delegacia fazer o boletim de ocorrência. Nesse caso específico, onde a vítima é lesada emocionalmente, tem um envolvimento amoroso, elas têm muita vergonha de comparecer até a delegacia, algumas até porque sequer acreditam que foram vítimas de um golpe, acreditam ainda que há um relacionamento e uma questão mal resolvida, e outras por medo do que a sociedade, familiares vão achar”, explica o policial.

Ainda segundo Emmanoel, nessa modalidade criminosa o estelionatário costuma procurar a vítima através da internet, nas redes sociais, se valendo de aplicativos de conversa ou de relacionamento para conseguir uma aproximação.

As vítimas, no entanto, não costumam ser selecionadas aleatoriamente: o ‘Don Juan’ geralmente já visa pessoas que mostram nas redes sociais ter algum patrimônio ou que ele imagine poder tirar algum proveito e é comum, até mesmo, que o bandido pesquise a vida de familiares dessa vítima através das redes sociais antes de prosseguir com o golpe.

“Em vários casos, o que chama a atenção é que o estelionatário demonstra num primeiro momento uma posição de poder. Ele afirma que tem rendas, que é advogado, engenheiro, assessor parlamentar... Ou seja, tenta atrair a vítima com uma posição de poder”, aponta o delegado, explicando ainda que, depois de criar um laço afetivo com a vítima, finalmente o golpista começa a dar indícios de quais são suas reais intenções com aquele relacionamento.

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