Número de casamentos volta a crescer no Paraná, mas preço da festa sobe
04/07/2022 07:22 em Novidades

Após dois anos marcados por desmarcações, reagendamentos e falta de previsibilidade por conta da pandemia do novo coronavírus, o mercado de casamentos finalmente está registrando uma retomada. Prova disso é que nos cinco primeiros meses de 2022, conforme dados do Portal da Transparência do Registro Civil, o número de casórios realizados no Paraná cresceu expressivamente, aproximando-se do nível registrado no período pré-pandemia. Os casais que pretendem realizar suas festas, no entanto, devem preparar os bolsos. É que com a volta integral do segmento, o aumento da demanda e a alta da inflação, os noivos estão tendo de gastar mais do que planejavam.
Segundo Claudia Caplan, CEO da Fabrica de Eventos ( empresa de entretenimento fotográfico com 18 anos de mercado), os itens mais caros para quem está planejando o casório são a decoração, especialmente as flores, além da alimentação e bebidas. “Geralmente, gasta-se 25% do orçamento com alimentos e bebidas e de 35% a 40% com flores, móveis, convites, identidade visual, cobertura ou tenda”, explica a especialista.
Acontece que foram justamente esses itens (com especial destaque para as flores e o buffet) que mais subiram de preço, como aponta Mariana Castro Alves, produtora da MCA Eventos, que está há sete anos no mercado. Antes da pandemia, por exemplo, uma festa para 150 pessoas (já com decoração, alimentação, bebidas e locação de espaço, entre outros itens) custaria cerca de R$ 40 mil. Hoje, o evento não sairia por muito menos que R$ 56 mil.
“Tudo subiu demais. O pior de tudo é o buffet, os doces. Tudo subiu demais, leite condensado, chocolate... A diferença [entre antes e depois da pandemia] é de no mínimo 15%, no mínimo”, diz a produtora. “Mês de maio, que é o mês da mãe, das noivas, multiplicou o preço das flores. Uma flor que era R$ 60 foi para R$ 150. Mas o que mais pega ainda é o buffet”, complementa Mariana.

Otimismo é grande para o segundo semestre
Apesar dos pesares, o otimismo e as expectativas são grandes no mercado para o segundo semestre. Após uma primeira metade de ano baseada em reagendamentos, com a realização de eventos contratados antes da pandemia e que foram sendo adiados por conta da crise sanitária, agora é a hora de voltar a vender mais, assinar novos contrato e captar novos clientes.
“Estou confiante na retomada das vendas, porque agora eles [clientes] sabem quando podem fazer o evento. É uma garantia de volta, que meu cliente pode fechar a data e não vai precisar adiar. Estou bem esperançosa e confiança para as vendas. O que nos move são os clientes novos. Pode ser para daqui um mês, daqui um ano, mas está retomando a procura”, diz ela, apontando ainda que os meses de junho, julho e agosto nunca foram tão bons para o setor, são meses frios, mas que desta vez estão movimentados, com muita demanda.
Já Rodrigo Figueiredo, sócio-proprietário da Personal de Casamento, comenta que tem sentido a demanda crescer de maneira extraordinária desde o final do ano passado. “Primeiro trimestre tivemos um crescimento estrondoso na procura e chegamos a fechar uma média de quatro eventos por semana”, diz ele, contando ainda que foi procurado nesta semana por um cliente que quer fazer uma festa de 15 anos para a filha ainda neste ano.
“Contatei 11 lugares de evento, não tinha disponibilidade na data que ele queria. Consegui num espaço, abriram exceção, mas ele teve de abrir mão da data que queria também, porque senão não teria como fazer a festa neste ano”, relata Rodrigo, citando que ainda que a expectativa para 2022 e 2023 é muito grande. “Vamos ter um número de eventos muito grande, podemos ter acúmulo, literalmente, de eventos e de procura num nível nunca visto. Nossa meta [de contratos fechados] para 2023, por exemplo, já fechei em 2022. Tenho casamento para agosto de 2024 já marcado.”

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