Como mudar de emprego e não se arrepender?
19/01/2023 11:30 em NOTICIAS

Quem não gostaria de trabalhar na empresa que sempre sonhou, com o que gosta, ganhar bem e ainda ter benefícios diferenciados? Há quem queira trocar de emprego pensando nisso ou visando novas oportunidades na carreira. Uma pesquisa divulgada em agosto de 2022 pela consultoria Robert Half, especializada em recrutamento no mundo todo, apontou que 39% dos brasileiros trocariam de emprego para ter a opção de atuar em regime de home office. Mas, independentemente do motivo para fazer a troca, como avaliar se a mudança é necessária e o que fazer para não errar se essa chance surgir?

Para Karine Cavalcanti, especialista em comunicação não verbal, gestão de pessoas e fundadora da 3W, primeira empresa de recrutamento focada em recrutar sem olhar currículos, é preciso se preparar: “eu costumo dizer que é uma tríade: primeiro vem a motivação para você avaliar o quanto está engajado e animado com a sua rotina. O segundo ponto é entender se você tem afinidade com suas atividades e se gosta e se sente útil com o que faz. O terceiro é avaliar se você é remunerado proporcionalmente ao esforço que investe naquela atividade”, afirma.

Também é fundamental estar decidido. “O que acontece na hora da mudança de emprego ou de carreira é você se lançar no mercado, começar a distribuir uma série de currículos, mostrar o seu LinkedIn, ser chamado para uma entrevista, passar no processo seletivo e, na hora de pedir demissão, o seu chefe solicita que você fique e promete algum aumento ou outro benefício. Isso é muito prejudicial. Por isso, ao se preparar para uma mudança de emprego, é necessário que você tenha certeza de que não faz mais sentido para você ficar onde está”, reitera.

O processo de mudança também inclui o que é feito para buscar outro emprego. “É necessário olhar para o seu LinkedIn, colocar uma foto bacana, que represente você de forma profissional, e descrever corretamente as suas atividades para que as pessoas batam o olho e saibam o que você faz. É importante engajar em alguns posts do LinkedIn para que você seja visto. No mercado de trabalho, se você não é visto, não é lembrado e não é contratado. Converse com as pessoas próximas a você e peça a elas que o avisem se souberem de oportunidades”, sugere.

É necessário ainda compreender o que a empresa almejada oferece e deixar claro o que você busca: “se você não entender quais são as suas motivações, pode ser que você entre em outro trabalho e a curtíssimo prazo fique insatisfeito mais uma vez. É importante que você consiga alinhar expectativas e estabelecer quais são os seus limites. Por exemplo, eu não quero trabalhar a partir das 19 horas, quero trabalhar de forma híbrida, tenho que buscar os meus filhos na escola ou hoje minha remuneração mínima é tanto e falar isso na entrevista”, orienta.

É igualmente importante conhecer a cultura da empresa antes de aceitar migrar e analisar se você se adapta a ela. “Hoje se copia serviço, produto, mas não a cultura. É ela que faz com que os colaboradores se sintam presentes ali e existe uma grande tendência de contratação por causa da cultura e dos valores morais. O aspecto técnico tem cada vez mais caído por terra e o foco é realmente contratar por comportamento, consequentemente por cultura alinhada, e isso oferece uma possibilidade muito maior de que o colaborador continue na empresa por bastante tempo”, analisa.

Karine observa ainda que a troca de emprego sempre trará algum risco. “Por isso, minimize ao máximo os riscos que estão sob o seu controle. Na entrevista, não tenha medo de ser visto como a pessoa que pergunta demais. Se o representante da empresa não gostar, talvez lá não seja o local ideal para você. Entenda quais são suas expectativas, pense qual é o seu mínimo aceitável de remuneração, de benefícios, de qualidade de vida, de atividades e aí faça perguntas ao profissional de recursos humanos. Converse com o seu possível futuro gestor sobre isso e seja transparente. Na hora que você consegue ter coragem de ser quem é, o maior risco que corre é o de ser aceito”, conclui.

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