Recursos do governo federal chegam para apenas 1% das empresas paranaenses
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Publicado em 17/07/2020

Para ajudar a conter as perdas da pandemia do novo coronavírus e socorrer as empresas, o Governo Federal anunciou novas linhas de crédito. Entre elas, o Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) em 16 de junho. Mas os recursos já estão praticamente esgotados e mal conseguiram atender a real demanda no Paraná.

Segundo dados do Banco do Brasil, gestor do fundo, até a quarta-feira, cerca de 168 mil e 500 empresas do país haviam concretizado os empréstimos do Pronampe, contratando o equivalente a R$ 14,3 bilhões. No Paraná, foram 14 mil e 500 beneficiadas, num total de R$ 1,23 bilhão emprestado.
O Paraná tem aproximadamente 1,5 milhão de empresas, sendo 1,35 milhão de micro e pequenas empresas, conforme dados do Sebrae/PR. Ou seja, apenas pouco mais de 1% destas empresas conseguiram acessar o crédito do Pronampe.

O Paraná foi o terceiro estado do País que mais tomou dinheiro pelo programa, superado apenas por São Paulo (43 mil e R$ 3,95 bilhões) e Minas Gerais (21 mil e R$1,77 bilhão), respectivamente.
Além de Caixa e Banco do Brasil, que já haviam anunciado que os empréstimos do Pronampe haviam acabado na semana passada, o Itaú também informou nesta semana que já utilizou todo o limite destinado ao socorro de pequenos negócios.

Do total de R$ 15,9 bilhões liberados pelo Governo Federal, cerca de R$ 13 bilhões, ou 82%, foram geridos por Caixa, Banco do Brasil e Itaú. O restante foi destinado a outras instituições financeiras que já estão anunciando o fim dos recursos.

Barato
A linha de crédito do Pronampe tem a taxa de juros anual equivalente à Selic mais 1,25% ao ano, aproximadamente 0,30% ao mês. O prazo de pagamento é de até três anos (36 meses) e há um período de carência de oito meses para início do pagamento do financiamento.

Além da necessidade urgente em função da crise, a grande procura se justifica em virtude de taxas mais atrativas e melhores condições de pagamento em relação ao praticado no mercado.
“O que ficou claro em função da velocidade com que os recursos se esgotaram nos bancos é que há uma grande demanda por crédito em boas condições como essa. Agora a expectativa é de que, diante dessa situação, o Governo libere novos recursos para este contingente que não foi atendido”, avalia o especialista em crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), João Baptista Guimarães.

“Também é importante lembrar que as micro e pequenas empresas que solicitarem essa linha de crédito precisam manter o atual quadro de funcionários por até 60 dias após receberem a parcela do financiamento”, reforça. Para os micro e pequenos empreendedores que ainda não conseguiram acesso ao crédito do programa neste primeiro momento, o especialista recomenda estar atento, com toda a documentação contábil da empresa em ordem, e acompanhar as notícias. Há uma expectativa de que nos próximos dias o Governo Federal deve liberar mais recursos para o Pronampe.

Conheça as dez áreas que concentram mais MEIs no País

Com a pandemia do novo coronavírus e a crise econômica, muitos trabalhadores que perderam o emprego migraram para as micro e pequenas empresas. Com isso, o número de cadastros de Microempreendedores no Portal do Governo Federal cresceu. Dentre essas pessoas que agora são MEI, profissões da área da beleza como cabeleireiros, pedicures e manicures são as que mais possuem registros.
Isso acontece uma vez que esses serviços, geralmente, estão ligados a empregos informais. Para sanar isso em 2017, foi criada a Lei do Salão Parceiro, para que fosse possível começar a contratar profissionais como parceiros, sem assinar Carteira de Trabalho, celebrando contrato de parceria.

Segundo Alexandre de Carvalho, fundador do Easymei, plataforma recém lançada de auxílio e gestão para microempreendedores, este aumento se deve não só às altas taxas de desemprego, mas também à preocupação das pessoas em regularizar suas funções para sair da informalidade e buscar novas formas de renda para contornar a crise.
Hoje o Brasil conta com mais de 10 milhões cadastros. Se levarmos em consideração apenas as 10 profissões que mais possuem registro, elas já somam 36%, ou seja, mais de 3 milhões de pessoas.

Após a área da beleza, que representa 7,7%, temos comércio varejista de roupas e acessórios, obras de alvenaria e promoção de vendas, que representam 7,3%, 4,4% e 3,3%, respectivamente. “Esses são setores que mesmo com a crise continuam movimentados”, comenta.

A lista das 10 áreas com maior registro de MEIs no Brasil

  • Profissionais da área de beleza: 7,7% (dos registros)
  • Comércio varejista de roupas e acessórios: 7,3%
  • Profissionais de Obras de alvenaria: 4,4%
  • Promoção de vendas: 3,3%
  • Lanchonetes, casas de chá, sucos e similares: 2,6%
  • Fornecimento de alimentos preponderantemente para consumo domiciliar: 2,6%
  • Minimercados, armazéns ou mercearias: 2,3%
  • Atividades de estética e cuidados com a beleza: 2,1%
  • Instalação e manutenção elétrica: 1,9%
  • Serviços ambulantes de alimentação: 1,9%

Fonte: Bem Paraná

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