Veículos sinistrados aumentam o risco de acidentes nas ruas, diz associação
30/06/2021 08:08 em Novidades

Dos mais de 7,7 milhões de veículos em circulação registrados no Paraná, 65% têm mais de dez anos de vida útil, de acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PR). Daquele total, mais de 1,1 milhão de veículos têm mais de 30 anos. Além daqueles sem manutenção, outro fator agravante e que contribui para piorar as estatísticas diz respeito aos automóveis e motos envolvidos em acidentes – conhecidos como sinistrados – e que voltam a circular irregularmente, contrariando a legislação federal, segundo apontamento da Associação Paranaense dos Organismos de Inspeção Acreditados (APOIA-PR).

Em 2019, segundo o anuário estatístico do Detran, o Paraná registrou 36.261 acidentes de trânsito, com 46.718 vítimas, das quais 1.605 morreram. Em todo o mundo, cerca de 1,35 milhão de pessoas morrem anualmente em decorrência de acidentes no trânsito. E um dos problemas que agravam esse quadro é a subnotificação ou a notificação irregular dos acidentes.

Everton Everton Pedroso, presidente APOIA-PR, explica que, de acordo com a legislação, um veículo sinistrado pode voltar a circular. Mas, para que isso ocorra, é necessário que as avarias sofridas sejam classificadas corretamente no momento em que ocorre o acidente de trânsito.

“O que prejudica muito é que os acidentes são na grande maioria registrados por Boletins de Ocorrência Eletrônico, o que não atende ao requisito da legislação, pois as fotos dos veículos não são inseridas no sistema de registro. Isso faz com que esse veículo muitas vezes seja revendido a um terceiro com boa intenção e futuramente coloque sua vida em risco”, diz Pedroso.

No Paraná, desde que foi implantado o boletim eletrônico para registro de ocorrências, um número significativo de acidentes de “média e grande monta” – quando o veículo fica inutilizado – passou a ser classificado de forma inadequada, uma vez que o documento virtual não exige a apresentação das imagens do veículo. Apesar da inexistência de vítimas, essa situação permite que os veículos sinistrados voltem a circular depois de recuperados, sem qualquer avaliação técnica.

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