Eles parecem inofensivos e são itens cada vez mais presentes no dia a dia, especialmente entre os jovens e adultos, mas, na verdade, representam uma ameaça à saúde de milhares e milhares de pessoas em todo o planeta.

Estou falando dos fones de ouvido.

Com a popularização cada vez maior dos serviços de streaming de áudio e vídeo e o consumo desse conteúdo sendo feito em grande parte por dispositivos móveis, como tablets e celulares, os fones de ouvido se tornaram item indispensáveis para muita gente.

O problema é que o uso inadequado dos fones prejudica a audição e, de acordo com uma revisão de 33 estudos sobre o tema envolvendo quase 20 mil participantes, trabalho recém-publicado em uma revista científica, mais de um bilhão de jovens entre 12 e 34 anos em todo o planeta estão em risco de perda auditiva porque abusam do volume do som nos fones de ouvido e também porque frequentarem locais com música em volume.

O limite seguro para os ouvidos, digamos assim, é de até 80 decibéis (dB) para adultos e 75 dB para crianças. No entanto, usuários de fones de ouvido costumam ouvir seus conteúdos sonoros em volumes superiores, até 105 dB, e, nas baladas e boates em que se divertem, a música geralmente passa dos 110dB.

Os responsáveis pelo estudo afirmam que os resultados são um alerta que apontam para a necessidade urgente de governos, indústrias e sociedade civil priorizarem a prevenção global da perda auditiva.

Desde 2018, existem padrões globais de limites para serem adotados de forma voluntária pelos fabricantes de fones de ouvido. São padrões definidos pela Organização Mundial da Saúde, que estima que, atualmente, 430 milhões de pessoas no mundo vivem com perda auditiva.