Negros sem atividade escolar durante a pandemia somam três vezes mais que brancos
11/09/2020 06:50 em Novidades

Mais de quatro milhões de alunos pretos, pardos e indígenas ficaram instrução educacional durante a pandemia. O número é quase três vezes maior do que os estudantes brancos – um milhão e meio – que foram prejudicados pela falta de atividade escolar.

 

Os dados são do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e Rede de Pesquisa Solidária, com base nas informações da Pnad-Covid do IBGE.

 

Além de reforçar a desigualdade, a estatística aponta para um aumento das diferenças raciais para a geração em fase escolar. Para o sociólogo Ian Prates, coordenador do estudo, a pandemia acentuou a distância de oportunidades para brancos e não brancos.

 

A pesquisa sugere carências sociais além das já conhecidas, como dificuldade de acesso aos meios tecnológicos e estrutura nas famílias de baixa renda. Por exemplo, as diferenças no acesso ao ensino entre as regiões norte e nordeste se repetem, como em outras áreas, das regiões sul e sudeste.

 

Amazonas é o estado com maior incidência de desigualdade entre brancos e não brancos matriculados nas escolas, mas sem atividades no período de distanciamento.

 

A lacuna é imensa: de 212 mil entre os não brancos para 28 mil dos estudantes brancos. Na sequência vem a Bahia, com desigualdade também enorme: 742 mil negros e indígenas sem atividades para 120 mil brancos. O terceiro na lista é o Amapá, onde 50 mil não brancos ficaram sem atividade escolar, contra nove mil brancos durante o período de distanciamento.

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