Jovens de Pato Branco vencem concurso da Nasa
21/10/2020 06:51 em Novidades

Um concurso da incubadora (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) Nasa foi vencido por quatro mulheres, três são pato-branquenses, a designer Gabriela Pereira, arquiteta Natália Cunha e a engenheira de petróleo Isabella Moresco. A engenheira de petróleo, Larissa Nery, de Minas Gerais também faz parte da equipe.

O grupo composto pelas jovens chama-se Her e elas desenvolveram o projeto The Walking Cloud (Nuvem Ambulante). A equipe se inscreveu no Hackathon, um concurso que acontece todo ano na Nasa e busca encontrar e desenvolver ideias que resolvam os problemas mundiais.

O projeto não contou com nenhum apoio financeiro, neste momento o projeto é apenas um conceito, na etapa mundial as ideias serão avaliadas pela Nasa e as vencedoras serão colocadas em prática.

O projeto e sua contribuição ambiental

Atualmente as queimadas representam um problema ambiental urgente e mundial, os incêndios florestais originam em complicações sociais, ambientais e econômicas. “Nosso projeto tem o intuito de prevenir que catástrofes aconteçam, já que todos os esforços após o início das queimadas não são capazes de conter os danos causados, apenas minimizá-los”, reflete a arquiteta Natalia e acrescenta que não há mais tempo de agir de maneira temporária, pois a vida é inadiável.

“Quando entramos no desafio tínhamos em mente que precisávamos atacar algo de grande urgência e importância. E com as últimas queimadas que aconteceram na Amazônia, no Pantanal e por todo mundo nos dedicamos a encontrar uma solução que fosse preventiva”, enfatiza a designer Gabriela, dizendo que o que realmente desejam é poupar vidas.

A intenção é criar um perfil histórico de risco através da identificação de cenários que tem maior probabilidade de iniciar uma queimada e rápida propagação do fogo. Após o reconhecimento dos locais de risco, o projeto entra em prática. Drones movidos a energia solar serão utilizados, criando uma espécie de chuva sobre a área mais crítica. “Agindo de forma preventiva, o projeto procura pensar no problema antes que ele aconteça” declara a engenheira de petróleo Larissa.

O principal objetivo do projeto é prevenir as queimadas nas florestas. “Vimos que as notícias de incêndios aumentam cada vez mais, mas até o momento não foi encontrada nenhuma solução eficiente para combate. Uma vez que o fogo já iniciou é mais difícil contê-lo, por isso nossa solução foca na prevenção”, reflete Larissa, contando também que a água retida pela malha do projeto precipita nas áreas propícias as queimadas e a umidade não deixa que o fogo encontre um cenário favorável para iniciar e se alastrar, literalmente “fazendo chover”.

Mulheres na pesquisa

As quatro mulheres da equipe atuam em três áreas de atuação distintas, e contam que cada uma de alguma maneira sofreu algum preconceito. “Cada uma de nós já passou por alguma situação desconfortável tanto no ramo da arquitetura, no design e na engenheira. São áreas que existem mulheres que se sobressaem, mas ainda o número de homens é muito maior”, reflete a arquiteta Natalia afirmando que muitas pessoas não acreditavam que elas teriam chance no Hackathon.

A Nasa sempre mexeu com a imaginação das crianças desde cedo, sendo o sonho de muitas pessoas. “Ter a oportunidade de criar um projeto com impacto global, levando representatividade de gênero e levando a bandeira do país, sem dúvida, traz ainda mais adrenalina ao concurso. Para toda criança que já sonhou com a Nasa, é um sentimento único,” expressa Larissa.

“Ter hoje mulheres a frente do Hackathon da Nasa não significa que o machismo acabou, significa que ele existe, caso contrário isso não seria novidade, já estaríamos tendo espaço na ciência e tecnologia”, finaliza Larissa afirmando que todas as mulheres podem ocupar o espaço que é delas por direito.

Fonte: Diário do Sudoeste

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