Pato Branco tem a cesta básica mais cara do Sudoeste
16/11/2020 07:23 em Novidades

Segundo a pesquisa de preços da cesta básica de alimentação realizada pelo Grupo de Pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento (GPEAD), do curso de Ciências Econômicas da Unioeste, em parceria com outras instituições, Pato Branco apresentou a cesta básica mais cara do Sudoeste no mês de outubro.

Realizada nos municípios economicamente mais expressivos da região, a pesquisa apontou um aumento de 8,21% no valor da cesta em Pato Branco, em relação a setembro, seguido de Francisco Beltrão, com aumento de 8,20%; Realeza, 7,22%; e Dois Vizinhos, 4,32%.

Em valores nominais, o preço da cesta individual mais elevada foi a de Francisco Beltrão, R$ 471,25; seguida por Realeza, R$ 457,98; Pato Branco, R$ 451,61; e Dois Vizinhos, R$ 451,47.

Em relação aos alimentos, dez tiveram alta de preços, dois tiveram queda e um não apresentou variação. Os alimentos que estão mais caros são arroz, 8,96%; feijão, 3,4%; açúcar, 2,37%; café, 2,19%; trigo, 0,14%; batata, 28,04%; banana, 4,9%; tomate, 38,11%; óleo de soja, 18,13%; carne, 5,67%. O alimento que não teve variação foi o pão e a margarina (-0,53%) e o leite (-4,49%) tiveram os preços reduzidos.

Quem realiza a pesquisa de preços da cesta básica no país é o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Devido a pandemia, está ocorrendo tomada de preços nas capitais, exceto para as cidades de São Paulo e Belém.

Variação

Segundo os pesquisadores, o comportamento dos preços dos itens que compõem a cesta básica, entre setembro e outubro, de acordo com o Dieese, seguiram uma trajetória de alta nos preços do óleo de soja, do arroz, da carne, da batata e do tomate. Nas cidades pesquisadas pelo GPEAD, o comportamento dos preços dos itens da cesta básica foi semelhante ao observado nas capitais, com aumentos para os mesmos produtos.

Óleo de soja

O preço médio do óleo de soja apresentou alta em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, com destaque para Brasília (47,82%), João Pessoa (21,45%), Campo Grande (20,75%) e Porto Alegre (20,22%).

Nas cidades pesquisadas pelo GPEAD, o óleo de soja aumentou em todas, com destaque para Pato Branco (18,13%) e Dois Vizinhos (14,43%). A alta dos preços do óleo nas prateleiras dos mercados é explicada pelo “alto volume de exportação, a baixa oferta interna devido à entressafra e a elevação do preço do grão no mercado internacional”, segundo o Dieese.

Arroz

O preço médio do arroz agulhinha ficou mais caro nas 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, com variações entre 0,39%, em Aracaju, e 37,05%, em Brasília. No Sudoeste, o GPEAD constatou alta no preço do arroz parboilizado nas quatro cidades pesquisadas, com destaque para Francisco Beltrão (15,55%) e Dois Vizinhos (12,71%).

Segundo o Dieese, a elevação dos preços do arroz se deveu a maior demanda “das indústrias dos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e São Paulo, ao aumento das cotações no mercado internacional e às exportações do grão. Mesmo que haja maior oferta, propiciada pelas importações, o câmbio desvalorizado deve manter elevado o valor do arroz comercializado”.

Carne

O valor médio da carne bovina de primeira registrou alta em 16 capitais com variação entre 0,50%, em Curitiba, a 11,50%, em Brasília. A queda foi registrada em Florianópolis (-10,84%. Nas cidades pesquisadas do Sudoeste, o preço da carne aumentou em todas. As maiores altas foram em Pato Branco (5,67%) e Francisco Beltrão (4,81%). A alta do preço da carne está associada a uma menor oferta de animais para abate e ao aumento das exportações do produto.

Batata

O preço médio da batata, pesquisada nas capitais do centro-sul, indicou aumento em nove das 10 cidades capitais pesquisadas. Segundo do Dieese “as altas oscilaram entre 7,78%, em Campo Grande, e 38,67%, em Goiânia. A retração foi registrada em Curitiba (-6,67%)”. Nas localidades pesquisadas pelo GPEAD, o preço médio da batata aumentou em todas, destacadamente Realeza (154,68%) e Francisco Beltrão (69,49%). O fim da safra de inverno e a menor oferta elevou os preços do tubérculo.

Tomate

O preço médio do tomate apresentou comportamento de alta em 13 cidades e variou de 1,48%, em Belém, a 47,52%, em Brasília. As variações de queda ocorreram em Salvador (-6,21%), Curitiba (-5,18%), Vitória (-1,36%) e Recife (-1,14%). Nas cidades do Sudoeste, o preço do tomate aumentou em todas, com destaque para Pato Branco (38,11%) e Francisco Beltrão (36,66%). A alta nos preços do fruto está associada a uma menor oferta e qualidade do produto.

 

Fonte: Diário do Sudoeste

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