Governo estadual sinaliza mudança sobre novo pedágio
29/03/2021 07:18 em Novidades

O governo Ratinho Júnior sinalizou uma mudança de postura em relação às novas concessões do pedágio nas rodovias do Paraná, que devem ser leiloadas até o final do ano, com o fim dos atuais contratos. O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Hussein Bakri (PSD), diz agora que o Estado não aceita o modelo híbrido, por menor preço e cobrança de uma taxa de outorga como critério de desempate, defendida pelo Ministério da Infraestrutura. Até então, o governador e a liderança governista na Casa vinham defendendo o modelo híbrido alegando que a cobrança da taxa como garantia de realização das obras.

“A sociedade paranaense não quer o modelo híbrido e o governo do Estado está trabalhando nesse sentido. Se para isso tiver de acontecer algo mais forte, vai acontecer”, disse Bakri, sem especificar que medidas seriam essas. “O governador está decidido e, para isso, também conta com a interlocução junto ao governo federal da nossa bancada de deputados e senadores em Brasília. É preciso sensibilizar o Presidente da República para que diminua a carga em cima do Paraná, afinal de contas é o Ministério da Infraestrutura quem está propondo o modelo híbrido”, o líder de Ratinho Jr na Assembleia. 

O governo federal pretende fazer a concessão por 30 anos de 3.327 quilômetros de estradas federais e estaduais - 834 quilômetros a mais do que as atuais que vencem em novembro, e um investimento de R$ 42 bilhões em 30 anos. A concessão seria dividida em seis lotes, 42 praças de pedágio, 15 praças a mais do que atualmente. O ministério alega que as tarifas seriam reduzidas em até 67%, e que 1.700 quilômetros seriam duplicados nos primeiros sete anos. O projeto prevê ainda aumento de 40% das tarifas após a duplicação.

Picareta

A proposta inicial previa concessão por menor tarifa, seguida de cobrança de taxa de outorga como critério de desempate, com os recursos pagos ao governo federal. Em fevereiro, após críticas generalizadas à taxa de outorga, o Ministério da Infraestrutura anunciou que 100% dos recursos ficariam no próprio Estado, como garantia das obras.

Em janeiro, o governador chegou a defender o modelo híbrido. “A outorga é importante porque você tira o picareta, o aventureiro. Se a pessoa não tem condição de dar uma outorga, ela não tem condições de colocar R$ 42 bilhões na rodovia”, alegou na ocasião. O mesmo fez o líder do governo na Assembleia. “Estamos tentando contemplar que todas as obras sejam garantidas e que o preço seja justo. E é para isso que serve a outorga para evitar propostas inviáveis de empresas que não têm condições de honrar os contratos”, disse Bakri na época.

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